Nesta terça-feira (12), o SBT oficializou a saída do diretor de planejamento artístico e criação Fernando Pelegio. O movimento em questão coincide com ações, ainda que sutis, nos bastidores e na grade de programação.
O Roda a Roda Jequiti firmou parceira com uma empresa farmacêutica, Celso Portiolli e Gabriel Cartolano gravam um game show patrocinado por uma rede varejista, o Primeiro Impacto está de formato novo desde segunda (11), a divulgação de A Infância de Romeu e Julieta foi reforçada…
Ou seja: o canal de Silvio Santos demonstra que ainda há vontade de fazer acontecer. Algo que não se viu nos últimos tempos, com Pelegio, o próprio Silvio e outros diretores no comando. Logo, o fim da estadia dele na casa é emblemático.
Em baixa
Nos últimos anos, o SBT padeceu com a debandada de público. As últimas investidas de Silvio Santos na grade não surtiram efeito. A audiência se esvaiu com a aposta insistente do “patrão” e da equipe em formatos próximos da concorrente Record, hoje vice-líder com folga. O departamento de dramaturgia sucumbiu com a saga Poliana. Contratações como as de Carla Vilhena e Michelle Barros foram feitas com prazo para expirar.
Em abril, Daniela Beyruti, filha número 3 de Silvio, assumiu a vice-presidência da emissora. Foi com ela, no início da década passada, que o SBT viveu seus últimos momentos de euforia. A passagem anterior de Daniela pela direção da casa incluiu o acerto com Eliana, a produção de Carrossel (2012) e a aquisição de formatos como o Esquadrão da Moda.
A volta, no entanto, não implicou, logo de cara, em reformulações. O SBT ainda patina com reprises, o jornalismo mantém a linha policialesca da Record e as tardes padecem com as reformulações constantes do Fofocalizando – que nunca fez jus ao quadro que o inspirou, A Hora do Venenosa, do Balanço Geral. Há um distanciamento considerável entre o que a emissora foi e o que entrega atualmente.
SBT em movimento
A saída de Fernando Pelegio e as ações citadas acima mostram que há o desejo de mudar. Renovar a diretoria é um aceno, mais do que necessário, para o mercado publicitário, para parceiros e para o público.
O SBT e quem o acompanha têm pressa. Não há mais como seguir na situação em que está, no fosso entre a falta de identidade atual e a nostalgia que ainda suscita quando reverenciado dentro e fora de seus domínios.
Os próximos dias prometem. Tanto pela expectativa quanto ao nome escalado para o planejamento artístico e de criação quanto pelas possíveis medidas adotadas por Daniela Beiruty e companhia.
É torcer para que a renovação na tela não tarde…
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