Em janeiro, o Globoplay lançou o Projeto Fragmentos, voltado para novelas da Globo com pouquíssimos capítulos preservados – entre 2 e 20.
Os primeiros títulos disponibilizados foram O Rebu (1974), Estúpido Cupido (1976), Chega Mais (1980) e Coração Alado (1980).
Duas tramas serão ofertadas aos assinantes da plataforma de streaming entre fevereiro e março: Sol de Verão (1982) e Os Gigantes (1979). As obras assinadas por Manoel Carlos e Lauro César Muniz, respectivamente, renderam problemas para a emissora.
Uma perda no meio do caminho
Sol de Verão abordava o recomeço de Rachel (Irene Ravache), mulher que se separa do marido e passa a morar com a mãe, Laura (Beatriz Segall), no Rio de Janeiro. Ela conhece o rude Heitor (Jardel Filho), que nunca foi de viver romance, mas acaba se entregando ao amor da nova vizinha.
O folhetim de Manoel Carlos tinha tudo para ser um grande sucesso, mas uma tragédia abalou todos os profissionais envolvidos: Jardel morreu em fevereiro de 1983, após sofrer um ataque cardíaco. Deprimido, o autor deixou o texto nas mãos de Lauro César, Gianfrancesco Guarnieri e Paulo Figueiredo. Sol de Verão acabou encurtada.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a Globo possui apenas sete dos 137 capítulos da trama. Tal conteúdo estreia no Globoplay na próxima segunda-feira (19).
Polêmicas e brigas
Em março, o streaming resgata Os Gigantes, de Lauro César Muniz. A novela estava prevista para janeiro de 1979, após o sucesso Dancin’ Days, mas como o autor ficou doente, Pai Herói, de Janete Clair, ocupou o lugar. Quando o folhetim enfim estreou, a Censura do regime militar pegou forte e o público torceu em nariz.
Na história, Paloma (Dina Sfat) volta para a sua cidade natal e encontra o irmão gêmeo vivendo por meio de aparelhos. Para acabar com o sofrimento dele, ela desliga as máquinas e acaba enfrentando a Justiça. Além disso, Fernando (Tarcísio Meira) e Chico (Francisco Cuoco) travam uma batalha pelo amor da jornalista.
Muniz trouxe, pela primeira vez, o debate sobre eutanásia, algo incomum na época. A narrativa foi considerada depressiva, por tratar de doença, morte, brigas judiciais e conflitos de família. A situação só piorou com as queixas de Sfat, que brigou e rompeu publicamente com o novelista.
No arquivo da Globo, só restaram dois capítulos dos 147 que foram exibidos. Isso mostra o desapego da rede de TV com produções que não tiveram êxito.
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