O Vale a Pena Ver de Novo exibiu, nesta quinta-feira (26), a sequência da morte de Fernanda (Vanessa Gerbelli) em Mulheres Apaixonadas. A despedida da personagem, vítima de bala perdida, incluiu a revelação a Helena (Christiane Torloni) sobre a origem de Lucas (Victor Cugula) e o sofrimento de Salete (Bruna Marquezine).
O talento de Bruna, então com oito anos, levou ela e a novela aos TrendingTopics do X / Twitter. As cenas também repercutiram em inúmeros perfis no Facebook e no Instagram. Provas do acerto de Manoel Carlos e da equipe da trama: o enredo, além de atual, não economiza emoção.
Sempre atual
Mulheres Apaixonadas explorou a violência urbana com a morte de Fernanda e a convalescência de Téo (Tony Ramos), também atingido por uma bala perdida. Ainda, Marcos (Dan Stulbach) e seu revólver, que intimidou tanto Raquel (Helena Ranaldi) quanto os funcionários do hotel Praia do Leblon.
Em 2003, ano em que o folhetim foi exibido pela primeira vez, o Brasil discutia o desarmamento. Uma passeata pela paz – e contra as armas de fogo – ocupou boa parte de um dos capítulos de ‘Mulheres’; o elenco se uniu à população do Rio de Janeiro para a marcha realizada na orla de Copacabana.
Nos últimos anos, a violência só fez crescer; o acesso facilitado a revólveres e outros dispositivos do tipo, “para defesa pessoal”, contribuiu para que os números de crimes e afins aumentassem. Logo, a obra de Manoel Carlos, lamentavelmente, segue atual. E ainda não há luz no fim do túnel quanto a essa questão.
Mulheres Apaixonadas, neste sentido, captou o espírito do tempo. De todo o tempo. Assim como Vale Tudo (1988) e a discussão sobre ética e honestidade, a liberdade defendida por Tieta (1989) e as elocubrações a respeito do luto e da vida após a morte de A Viagem (1994). São temas pertinentes ontem, hoje e amanhã. Justamente por isso, o sucesso se estende a todas as reapresentações da novela.
À moda antiga
Outro ponto a ser considerado quanto às sequências acerca de Fernanda em ‘Mulheres’ é a aposta no drama. Após os tiros, a audiência acompanhou a solidão de Salete, o desdém de Inês (Manoelita Lustosa) quanto à filha e à neta, a aflição de Helena (Christiane Torloni) e a repercussão destes acontecimentos entre os outros personagens.
O público se afeiçoa ao que vê. As tramas atuais economizam sequências como as do folhetim em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, talvez pelo ritmo acelerado, próximo ao das séries. A sucessão de acontecimentos se sobrepõe à exploração deles. Uma pena… O êxito do título assinado por Manoel Carlos comprova, mais uma vez, que há interesse em conflitos que não se diluem em dois ou três capítulos.
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