Amor Perfeito termina melhor do que começou

Último capítulo da novela das seis foi exibido nesta sexta-feira (22)

Levi Asaf (Marcelino) e Camila Queiroz (Marê) em Amor Perfeito (Estevam Avellar / Globo)

Amor Perfeito chegou ao fim nesta sexta-feira (22) muito melhor do que começou. A novela cresceu consideravelmente após a correria das primeiras semanas e a insistência, por vários capítulos, nos embates entre Gilda (Mariana Ximenes) e Marê (Camila Queiroz). A exploração das tramas paralelas e a inclusão de Marcelino (Levi Asaf) no eixo central impulsionaram a narrativa nos últimos meses.

A pressa é inimiga da perfeição

Amor Perfeito - Mariana XImenes
Mariana Ximenes como Gilda em Amor Perfeito (João Miguel Júnior / Globo)

A trama de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elisio Lopes Jr desperdiçou viradas e ganchos em seu início. Acontecimentos importantes como a paixão de Marê e Orlando (Diogo Almeida), a resistência de Leonel (Paulo Gorgulho) ao romance da filha, a morte do empresário, a prisão da herdeira após uma armação de Gilda, o nascimento de Marcelino e o afastamento dele e da mãe foram condensados em poucas sequências.

A sensação é de que, assim como a antecessora Mar do Sertão (2022), Amor Perfeito “economizava emoção” – uma busca, talvez, pelo ritmo próximo aos das séries, contrariando um dos princípios do folhetim, de explorar ao máximo todas as possibilidades que o gênero oferece.

A virada de fase seguiu o mesmo caminho. Marê derrubou Gilda rápido demais. Outras histórias, como a de Elza (Raquel Karro) e Odilon (Bruno Quixotte), vítimas de Turíbio (Glicério Rosário), se desenrolaram com tanta pressa que mal houve tempo para se afeiçoar aos personagens. Quando os autores enfim “tiraram o pé do acelerador”, o enredo sucumbiu ao ramerrame entre enteada e madrasta…

Acertos

Amor Perfeito - Ana Cecília Costa e Zezé Polessa
Ana Cecília Costa (Verônica) e Zezé Polessa (Cândida) em Amor Perfeito (Manoella Mello / Globo)

O incômodo com o enredo de Amor Perfeito se dissipou do meio para o final. Lucília (Kênia Bárbara) contribuiu para tal. A prima de Orlando morreu após passar de aliada a inimiga de Gilda. Na sequência, a união do médico e de Marê em um plano contra a vilã, a partir de uma jogada da própria, a da adoção de Marcelino e consequente pressão pelo casamento com Orlando.

A esta altura, as paralelas ganharam força. Verônica (Ana Cecília Costa) rompeu com o amante e se acertou com Érico (Carmo Dalla Vecchia) – e aqui lamento a investida da Globo, que já havia prejudicado Vai na Fé, contra o romance do advogado com outro homem. Júlio (Daniel Rangel) descobriu o laço de sangue com Anselmo (Paulo Betti), o que acarretou no rompimento do prefeito e de Cândida (Zezé Polessa).

Ainda, Frei João (Allan Souza Lima) e o confronto entre a vocação religiosa e o amor por Darlene (Carol Castro), Popô (Mestre Ivamar) e Celeste (Cyda Moreno) e os prazeres de um romance na terceira idade, Lívia (Lucy Ramos) e os conflitos relacionados à gravidez psicológica e ao filho adotivo e a força feminina, exaltada especialmente pela guinada política de Cândida. Por fim, já nos momentos finais, a volta de Leonel.

Saldo final

Amor Perfeito - Carol Badra
Carol Badra como Ione em Amor Perfeito (Manoella Mello / Globo)

Cabe destacar também as presenças de Tonico Pereira (Frei Leão), Antônio Pitanga (Frei Vitório), Maria Gal (Neiva), Carol Badra (Ione) e Gustavo Arthidoro (Ademar). Entre os novatos, menções a Paulo Mendes (Luís), egresso de Os Outros, e Bárbara Sut (Sônia). Já Juliana Alves (Wanda), Isabel Fillardis (Aparecida) e João Fernandes (Justino) mereciam melhores oportunidades.

Amor Perfeito chega ao último capítulo com méritos. Além de angariar a melhor média de audiência entre as inéditas desde Éramos Seis (2019), 19,5 pontos, a novela soube usar os elementos dos quais dispunha para entregar um roteiro melhor trabalhado, e mais interessante, do que o apresentado inicialmente. O último capítulo, com os desfechos bem encaminhados, sem pressa, atesta o acerto.

Escrito por Duh Secco

Sou apaixonado por TV e novelas desde a infância. Passei pelo blog Agora é Que São Eles e pelos sites Canal VIVA, RD1 e TV História. As análises, informações exclusivas e matérias sobre bastidores de produções do passado e do presente se estenderam às redes sociais. Agora, me dedico a um espaço próprio, sempre empenhado em levar o melhor do audiovisual aos que me acompanham.

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