Ontem (3), a última novela de Manoel Carlos completou 10 anos de estreia. Em Família gerou grande expectativa no público, que esperava uma produção arrebatadora.
Contudo, a trama estrelada por Julia Lemmertz e Bruna Marquezine não agradou e virou uma dor de cabeça para a Globo e o autor.
O folhetim trouxe, na primeira fase, Bruna como Helena. Na segunda etapa, a atriz viveu Luiza, filha da protagonista, então defendida por Julia.
Bom começo
Logo no primeiro capítulo de Em Família, os espectadores foram surpreendidos com romances, intrigas familiares, brigas e cenas de nudez. O lançamento indicava um “episódio final” de sucesso para Maneco, mas, no decorrer das primeiras semanas, o público notou erros de escalação e incoerências no roteiro.
Os primeiros capítulos se desenvolviam de forma lenta. A direção, liderada por Jayme Monjardim, optou por editar algumas cenas – a busca pela agilidade era urgente, antes que o público fosse embora de vez.
Por conta disso, a fase definitiva acabou adiantada. A estratégia deu certo e a audiência subiu. Porém, a correria gerou um grave problema: Maneco perdeu a “frente”, distância entre os capítulos escritos e os gravados, e o ritmo dos trabalhos foi totalmente prejudicado.
Problemas de idade, Copa no Brasil e doença
Um fato que muita gente questionou foi a escalação de atores para papéis que exigiam uma diferença de idade maior entre eles. Como exemplo, Natália do Vale, a Chica, mãe da Helena de Julia Lemmertz – a diferença de idade entre elas é de apenas 10 anos. O caso mais evidente envolveu Vanessa Gerbelli, a Juliana, tia de Helena; a atriz é 10 anos mais jovem que Julia.
Outro ponto que agravou a situação de Em Família foi o fato dela ser exibida ao longo da Copa do Mundo de 2014. Canais abertos e fechados apostavam em programas sobre o torneio sediado no Brasil. O mundial virou o principal assunto do país entre junho e julho, ofuscando a reta final da produção da Globo.
Além disso, Manoel Carlos adoeceu e teve que deixar a redação final do folhetim nas mãos da colaboradora Maria Carolina, sua filha.
Um desfecho amargo
A ideia da Globo era encerrar Em Família em agosto, mas o final foi antecipado para 19 de julho, uma semana depois da conclusão da Copa.
A trama terminou de forma melancólica, com 29,6 pontos de média geral – a pior para um título das nove até então.
Fato é que o desempenho dessa última trama de Maneco não apaga a carreira brilhante do novelista, que deixou sua marca na teledramaturgia.
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