Gilberto Braga vai dominar os resgates do Globoplay em outubro, mês em que a morte do autor completa dois anos. Além de Pátria Minha (1994), a plataforma de streaming vai disponibilizar Escrava Isaura (1976), novela das seis que, por muitos anos, liderou o mercado internacional.
A trama baseada no romance de Bernardo Guimarães e estrelada por Lucélia Santos rodou o mundo. Durante a guerra entre Bósnia e Sérvia, os exércitos promoveram cessar-fogo para acompanhar os capítulos do folhetim. Na China, a protagonista faturou o prêmio Águia de Ouro com mais de 300 milhões de votos populares.
Em busca de liberdade
Fruto da relação de Juliana (Lady Francisco), mucama da família Almeida, com o feitor Miguel (Átila Iório), Isaura foi criada com todo o zelo por sua senhora, Ester (Beatriz Lyra). Com a morte desta e a partida do Comendador Almeida (Gilberto Martinho) para o Rio de Janeiro, a escrava passa a enfrentar o assédio e os desmandos do filho deles, Leôncio (Rubens de Falco).
O vilão impede que Miguel compre a liberdade de Isaura e também põe fim ao relacionamento dela com Tobias (Roberto Pirillo) – morto em um incêndio que também vitima a esposa de Leôncio, Malvina (Norma Blum).
Acuada, Isaura foge com o auxílio do pai. É quando ela conhece o abolicionista Álvaro (Edwin Luisi). A nova paixão também é interrompida por Leôncio. Após capturá-la, o bandido a entrega em casamento para o jardineiro Beltrão (Carlos Duval), de triste figura. A protagonista ainda sofre com a inveja de Rosa (Léa Garcia), outra cativa do engenho dos Almeida.
Repetecos e adaptações
Escrava Isaura consolidou a maior audiência do horário das seis na década de 1970. A obra foi reapresentada em cinco ocasiões, inclusive na faixa em que foi exibida originalmente, entre as inéditas Cabocla (1979) e Olhai os Lírios do Campos (1980). A última reprise se deu em 1990, dentro do Festival 25 Anos.
A Record recorreu à adaptação do livro de Bernardo Guimarães em 2004, quando reativou o seu departamento de dramaturgia. Tiago Santiago respondeu pelo texto de A Escrava Isaura, que contou com Bianca Rinaldi no papel-título e Leopoldo Pacheco na pele de Leôncio.
A própria Globo buscou “reeditar” o sucesso ao escalar Lucélia Santos e Rubens de Falco para Sinhá Moça (1986), de Benedito Ruy Barbosa. Na produção baseada no romance de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, Lucélia era a protagonista que lutava pela abolição, contrariando o pai escravocrata, papel de Rubens.
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