Betty Faria revisitou a sua história na TV em entrevista a Vincent Villari – autor de novelas que se dedica também a um canal do YouTube sobre trilhas sonoras. No papo embalado pelos temas musicais de suas personagens, Betty resgatou memórias de bons trabalhos e de outros não tão felizes…
“Eu fui extremamente chata”
Uma das tramas citadas foi Baila Comigo (1981), disponibilizada pelo Globoplay nesta segunda-feira (28). A atriz confidenciou que, por conta de sua insatisfação com o papel, o da professora de dança Joana Lobato, a relação entre ela e o autor Manoel Carlos acabou estremecida.
“O Boni me avisou. Disse assim: ‘Isso não é papel pra você’. E eu fiquei infeliz, porque a novela era toda num núcleo dramático, com Tony Ramos, Lilian Lemmertz, era uma outra coisa. E aí a Joana aparecia mais na academia, dando aula, tinha umas dancinhas”, recordou Betty.
“Eu trabalhava, eu fazia aula, eu ensaiava, mas cenas… Ela chegava na barra de academia e dizia assim ‘me dá um suco de caju?’, complementou.
“Eu chateava muito o Manoel Carlos, eu ligava pra ele e dizia que eu estava chateada com o papel. Eu fui extremamente chata. Ele nunca mais me chamou pra fazer novela dele, ele tomou pavor de Betty Faria”, lamentou a atriz.
A história (quase) se repete
Para piorar a situação, Baila Comigo veio após produções bem-sucedidas, como o programa Brasil Pandeiro (1978), o filme Bye Bye Brasil (1979) e a novela Água Viva (1980).
“Meu ego não era tão trabalhado assim para suportar o ostracismo de Joana”, admitiu Betty.
A artista enfrentou a mesma situação em A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco, último folhetim no qual apareceu do primeiro do último capítulo:
“Eu tive um problema desses, ela [a personagem Cornélia] entrava e dizia assim: ‘bom dia, gente e tal’. Eu fiquei 100 capítulos assim. Mas aí eu já tinha o ego trabalhado, dizia assim ‘isso passa, isso vai passar’”.
Sobre Baila Comigo
Estreia de Manoel Carlos como titular às oito, Baila Comigo acompanhava os desencontros dos gêmeos João Victor e Quinzinho, defendidos por Tony Ramos. Os dois foram separados pela própria mãe, Helena (Lilian Lemmertz), logo após o nascimento. Ela ficou com Quinzinho e entregou Victor para o pai, Quim (Raul Cortez).
Quim enganou a esposa, Marta (Tereza Rachel), alegando ter adotado o menino. A verdade vem à tona quando ela, certa de que o marido está privilegiando o filho “adotivo” nos negócios, decide afastá-lo do convívio familiar. João Victor deixa Lisboa, Portugal, para investigar sua origem no Rio de Janeiro.
Próximo da verdade, Victor é enganado por Helena. Ele passa a acompanhar o irmão gêmeo de longe, o que rende inúmeros conflitos. O enredo ainda detalha o envolvimento de Quinzinho com Lúcia (Natália do Vale) e Mira (Lídia Brondi), que também se relaciona com João Victor.
Joana, funcionária da academia de Caio (Carlos Zara), é alvo do interesse deste, de Quim e de Victor.
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