O Melhores do Ano, também conhecido como festa da firma da Globo, ganhou um similar no SBT. Embora apresentado como “prêmio da TV brasileira”, o Troféu Imprensa voltou ao ar em novo formato, neste domingo (4), para exaltar a rede das irmãs Abravanel, em crises artística e de audiência. Com a presença de praticamente todo o elenco no palco e dois contratados no júri, Leo Dias e Felipeh Campos, o TI voltou à tela com a alardeada imparcialidade arranhada.
Não que o Troféu Imprensa passasse ileso por situações do tipo enquanto capitaneado por Silvio Santos. Em suas últimas edições, o “patrão” promoveu votações com indicados no palco, impactando os resultados. Ontem, porém, a coisa chegou a tal ponto que, ainda no primeiro bloco, Patricia Abravanel, coapresentadora com Celso Portiolli, chegou a solicitar a “opinião sincera” de um dos jurados.
O pedido veio na rasteira de vitórias surpreendentes, questionadas nas redes sociais e, certamente, debatidas nos bastidores. O Fofocalizando, que, apesar de não mais padecer com sucessivas trocas de comando, ainda enfrenta problemas de aceitação, com números flutuantes, foi eleito “melhor programa diário” contra o Mais Você (Globo) e o Hoje em Dia (Record) em meio ao choro emocionado de Leo Dias, um dos apresentadores.
Cesar Filho levou o prêmio de “melhor jornalista” numa disputa com William Bonner e César Tralli, ambos da Globo. Entre as razões apontadas para a escolha, a saída dele da bancada, “novidade” com a qual a Record trabalha há décadas, e o fato de também ser ator. O SBT Brasil, com um VT que destacava uma entrevista com Renato Aragão e uma matéria sobre a volta dos seriados Chaves e Chapolin ao Brasil, também bateu o Jornal Nacional (Globo) e o Jornal da Record em “melhor jornal”.
A mesma Patricia que pediu sinceridade tratou de lembrar o júri da presença de Tiago Barnabé, a Narcisa do Domingo Legal, após a apresentação dos indicados, ele incluso, na categoria “humorista”. Portiolli parou a votação para festejar o colega de palco. Pelo trabalho ao longo de 2024, Tiago foi merecedor da vitória, mas os comentários antes e durante a votação pareceram coação.
Em meio a lágrimas, brincadeiras e justificativas pouco convincentes, tudo soou como mero oba-oba da empresa e dos seus. O Melhores do Ano, sabemos, é um prêmio da Globo para a Globo. O Troféu Imprensa se propõe a abranger toda a TV, mas a edição 2025 deixou a sensação de que estava voltada para o umbigo do SBT.
É sabido que o canal enfrenta problemas de toda ordem. 2024 foi um ano especialmente difícil, com apostas frustradas nos mais variados gêneros. Quem acompanha o noticiário sobre o meio televisivo sabe que o que se vê no ar está longe do que foi exaltado no TI – e do que temos nas concorrentes.
No decorrer do programa, ainda bem, as opiniões ficaram mais embasadas e menos tendenciosas. O SBT foi contemplado, com mérito, nas categorias “apresentadora” e “apresentador”. Os campeões Patricia Abravanel e Celso Portiolli, distantes do palco durante a votação secreta, seguraram bem os domingos após a ida de Eliana para a Globo e a morte de Silvio Santos. Celso também foi contemplado na categoria “game show”, com o Passa ou Repassa.
Importante ressaltar os avanços na produção, especialmente na iluminação, soturna demais em edições anteriores. Os convidados deram um show à parte, mas a equipe poderia ter evitado a saia justa entre Joelma e Leo Dias. O número musical dela entrou logo após a queixa dele, pertinente, sobre Voando no Pará entre as concorrentes à “música do ano”. Equívoco maior da produção, que permitiu a inclusão da canção, lançada há tempos, entre as do ano passado.
Outro deslize: Ilhados com a Sogra (Netflix), vencedor na categoria “melhor reality”, não contou com temporadas em 2024.
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