Elas por Elas segue entregando o que o público espera de uma boa novela – pena que parte da audiência ainda não se atentou para isso. Com os ajustes de direção, já pontuados na coluna, o texto de Thereza Falcão e Alessandro Marson e o elenco sobressaíram. Nos últimos capítulos, novos e potentes conflitos surgiram. O destaque, no momento, fica por conta de Marcos (Luan Argollo) e Renée (Maria Clara Spinelli) versus Márcia (Mary Sheila).
Quem sai aos seus não degenera
Filho de Bruno (também Luan), Marcos entrou em cena para tumultuar a já perturbada mente de Natália (Mariana Santos). Obcecada pelo sobrinho da mesma forma que era pelo irmão gêmeo, Natália forçou o convívio dele com Pedro (Alexandre Borges) e com as seis amigas dos tempos de colégio. A cena em que estas conhecem o rapaz e redescobrem os medos causados por Bruno foi impactante.
Marcos provou ser tão cretino quanto o pai. Talvez pior… Afinal, ele usa da docilidade que o irmão de Natália era incapaz de forjar. Assim, além de comover a tia, o vilão conseguiu se aproximar de Carol (Karine Teles), prometendo um estrago tão grande na vida dela quanto o causado por Bruno há 25 anos.
É fato também que, em breve, o espectador de Elas por Elas terá solucionado o mistério que ronda Helena (Isabel Teixeira), a troca de bebês articulada por Sérgio (Marcos Caruso) e Míriam (Paula Cohen) e as origens de Giovanni (Filipe Bragança), criado pela empresária como filho, e Marcos.
Thereza e Marson acertaram em cheio com o “morto-vivo”. Diante de Marcos, os gatilhos decorrentes do convívio com Bruno ressurgiram. O personagem deixou de ser uma sombra entre as protagonistas para se tornar uma ameaça concreta, o que é muito mais interessante em termos de folhetim.
Ser mãe é padecer no paraíso
Renée, por sua vez, revoluciona o clichê “mãe separada dos filhos”. Única das sete amigas com uma vida aparentemente resolvida, ela perdeu o chão quando o marido Wagner (César Mello) sumiu, deixando dívidas e dúvidas. Nos últimos tempos, em meio à batalha para garantir o sustento dela e dos enteados, Renée precisou lidar com o acidente que deixou sua irmã, Érica (Monique Alfradique), em coma.
Outro conflito se instalou recentemente com a chegada de Márcia. A mãe biológica de Tony (Richard Abelha) e Vic (Bia Santana) deseja a reaproximação. Renée é capaz de compreendê-la e, por consequência, oferecer apoio, diferente dos dois jovens. A rejeição levou a professora a tomar atitudes extremas.
Ao tomar conhecimento da viagem de Renée e Vic, Márcia procurou a justiça. A guarda da garota é de Wagner, que segue escondido. Logo, a quituteira não tem como provar, no papel, que tem qualquer relação com a enteada, que deveria estar sob a tutela de Márcia. Por conta disso, Renée acaba presa por sonegação de menor.
A separação de mãe e filha é, de certa forma, inovadora. O vínculo entre as duas é forte, mas, legalmente, a maternidade de Renée não existe – e o fato de ser uma mulher trans certamente vai entrar na discussão. Márcia, por sua vez, tem seus direitos, que não implicam no afeto tão desejado de Tony e Vic.
GIPHY App Key not set. Please check settings