Restrição do Vale a Pena Ver de Novo complica situação da Globo

Reprise de Paraíso Tropical acumula recordes negativos de audiência

Alessandra Negrini (Paula) e Fabio Assunção (Daniel) em Paraíso Tropical (João Miguel Júnior / Globo)

O Vale a Pena Ver de Novo atravessa uma fase difícil. Paraíso Tropical (2007), folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares escalado para a faixa, acumula recordes negativos de audiência.

Os primeiros 20 capítulos registraram 11,5 pontos na Grande São Paulo, o pior índice desde O Profeta (2016), reapresentada em 2013 – quando a sessão ainda era exibida às 14h30.

Nos últimos anos, a Globo condicionou o ‘Vale a Pena’ às produções das nove, o que limita as possibilidades e, consequentemente, o conteúdo. Novelas do horário pós-Jornal Nacional são tradicionalmente mais “densas”. O público, porém, também preza por um respiro.

Restrições

Antes de Paraíso Tropical, a emissora cogitou reexibir Salve Jorge (2012). O folhetim de Gloria Perez é um dos poucos aptos para as tardes, considerando a história recente das nove. Embora alvejada por críticas, a obra é popularíssima; não à toa, costuma figurar com frequência entre as mais vistas do Globoplay.

Fora Salve Jorge, o horário de maior alcance do canal se saiu bem apenas com enredos assinados por Walcyr Carrasco: Amor à Vida (2013), O Outro Lado do Paraíso (2017) e A Dona do Pedaço (2019). A exceção, Pantanal (2022), de Bruno Luperi, ainda é recente demais para o Vale a Pena Ver de Novo.

Com isso, a Globo tem buscado títulos mais antigos. Lamentavelmente, apenas os conhecidos funcionam. Celebridade (2003) e Belíssima (2005), reprisadas entre 2017 e 2019, enfrentaram o mesmo problema de Paraíso Tropical. Esquecidas pelo grosso do público, as duas obras marcaram números aquém das expectativas.

Revisão necessária

Ao condicionar o ‘Vale a Pena’ às novelas das nove, a emissora também desperdiça a chance de dar à audiência aquilo que ela não encontra em outro horário. Se Elas por Elas, trama contemporânea em exibição às seis, não tem o mesmo efeito de uma narrativa de época, os saudosos do estilo poderiam ser prestigiados com reapresentações.

Há também folhetins que se encaixam melhor no fim da tarde do que na edição especial pós-Jornal Hoje. Caso de Mulheres de Areia (1993), que acumula índices superiores aos de Paraíso Tropical. Também de Sangue Bom (2013) e Bom Sucesso (2019), enredos das sete tão elaborados quanto os das nove.

Em tempos de crise, a Globo precisa rever certas táticas, como essa, que limita o Vale a Pena Ver de Novo aos sucessos das nove. A sessão, que hoje desempenha um papel primordial para o horário nobre, merece atenção e empenho.

Escrito por Duh Secco

Sou apaixonado por TV e novelas desde a infância. Passei pelo blog Agora é Que São Eles e pelos sites Canal VIVA, RD1 e TV História. As análises, informações exclusivas e matérias sobre bastidores de produções do passado e do presente se estenderam às redes sociais. Agora, me dedico a um espaço próprio, sempre empenhado em levar o melhor do audiovisual aos que me acompanham.

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