Destaque em novelas como Pérola Negra (1998), Vidas Cruzadas (2000), Marisol (2022) e Mulheres Apaixonadas (2003), Martha Mellinger brilha no teatro como Violeta, protagonista da peça De Tanto Amar. As duas últimas apresentações estão marcadas para hoje (23) e amanhã (24), 20h30, na Unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro. Os ingressos podem ser adquiridos clicando aqui.
Dirigida por Rodrigo Ferraz e Samira Lochter, De Tanto Amar marca a segunda incursão do dramaturgo Eddy Fernandes no teatro paulistano. O monólogo opõe a Violeta que deixou o Brasil há 40 anos para viver em Portugal ao lado do homem que amava e a viúva, que lamenta ter optado pelo sonho romântico, abrindo mão de seus vínculos familiares.
O site Duh Secco conversou com Martha sobre o espetáculo, as décadas de dedicação à arte e os trabalhos marcantes na TV. Confira!
Trajetória na telinha
Você tem vários trabalhos de muito sucesso na TV. Um deles é Miss Helen, de Pérola Negra, do SBT. Quais lembranças guarda dessa novela, toda gravada antes de ir ao ar?
Sim, no SBT, por alguns anos, as novelas eram gravadas e, às vezes, engavetadas por um tempo até serem exibidas. Para o ator, isso não é tão bom por não podermos ter as sensações do espectador. Porém, como eram novelas prontas, já escritas e traduzidas, sabíamos que não teríamos este prazer de compartilhar o dia a dia com o público. De qualquer forma foi uma linda novela, fez um sucesso incrível e até hoje muitas das crianças que cresceram vendo ‘Pérola’ lembram com carinho desta personagem.
Ano passado, a Globo celebrou os 20 anos de Mulheres Apaixonadas com uma reprise em Vale a Pena Ver de Novo. Você costuma acompanhar essas reapresentações? Chegou a espiar Irene e a família dela, tão marcante na obra de Manoel Carlos?
Impossível não assistir, rever e rever novamente uma novela de Manoel Carlos. Maneco é mestre. Seus textos não têm idade. Irene foi um presente inacreditável em minha vida.
Sucesso no teatro
A Violeta de De Tanto Amar é uma mulher em conflito com a própria história. Já se sentiu assim em algum momento?
Quem não? Em algum momento da vida nos deparamos com escolhas erradas, nos iludimos, nos anestesiamos a viver sonhos, queremos acreditar em algo além da realidade… Eu tive a sorte de ser bem orientada e pude escapar, mais cedo ou mais tarde, das armadilhas dessas ilusões, mas nem todas têm essa sorte.
Martha, você tem 40 anos de dedicação à arte e agora está no palco com um texto de autor relativamente novo. Qual a importância dessa troca de gerações para o teatro e para a arte?
Quando você fala 40 anos de carreia, penso ‘oi, 40 anos?’. Tanta história, tanta vida, tanta estrada, mas passou muito rápido. A troca entre gerações… Creio que a arte não tem idade, é pura alegria, sempre. Na arte, a idade não existe, nem o tempo, trata-se do que nos encanta, o que nos atrai quando aceitamos um trabalho. Fiquei encantada com o texto belo, forte e necessário, a proposta de trabalhar com jovens, nem tão jovens, mas gente de teatro, que ama o que faz, uma equipe linda, de voltar ao simples, um trabalho “underground” fora do circuito normal dos teatros. Um monólogo, um novo desafio, algo que eu nunca tinha feito ainda.
Por que o público tem de acompanhar De Tanto Amar?
Por ser um texto que grita algo que vivemos, por ser!
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