Novela inédita e exibida às oito horas da manhã? Isso existiu? Sim, existiu e foi na Record!
Muitos usuários do X (antigo Twitter) ficaram surpresos ao saberem que a emissora de Edir Macedo colocou um folhetim no ar bem cedo – faixa comumente dedicada a telejornais, infantis e femininos.
A novela se chamava Janela para o Céu e tinha a religião como o principal tema da narrativa.
Palavra da salvação
Em 1997, a Record voltou a apostar na dramaturgia em horário nobre. Escrita por Ronaldo Ciambroni, Canoa do Bagre era exibida às 20h e contava no elenco com Othon Bastos, Gianfrancesco Guarnieri, Solange Couto, Márcia Real, Rômulo Arantes, entre outros.
Aproveitando a retomada do gênero, a direção da Record – quase toda formada por bispos da Igreja Universal – resolveu criar uma novela totalmente religiosa, usando como pano de fundo a ressocialização de detentos através da fé.
Janela para o Céu contava a história de Aparecido (Felipe Martins), que, na cadeia, conheceu Isaías (João Acaiabe), homem que passava os ensinamentos da Bíblia para outros detentos. A vida de Aparecido começava a mudar após ele conhecer o livro sagrado.
Elenco com famosos
Otávio Muller, Mayara Magri, Yara Lins, Lolita Rodrigues, Aldine Müller, entre outros, faziam parte do elenco do folhetim, que se baseou em depoimentos reais dos fiéis da Universal. Drogas e violência também faziam parte do enredo.
Dirigida por Atílio Riccó e produzida pela VTM, a novela entrou no ar em 1° de outubro e chegou ao fim no dia 31 do mesmo mês.
Janela para o Céu era exibida pontualmente às 8h, dentro da faixa Caminhos da Esperança, e não tinha intervalos comerciais. Na sequência, a Record apostou em obras similares, como Velas de Sangue e A Sétima Bala.
O Papa é pop
A primeira semana de Janela para o Céu foi ofuscada por outra religião. No dia 2 de outubro, o Papa João Paulo 2° chegou ao Brasil para uma visita que durou cinco dias. A Record não deu muita atenção ao fato, diferente das outras emissoras, que mostraram todos os passos de João de Deus.
As produções bíblicas estão no ar na casa desde 2010, com A História de Ester, minissérie que abriu as portas para os títulos religiosos na última década.
Foi nesse segmento que a emissora encontrou o seu caminho, agradando em cheio aos fiéis e bispos da Igreja Universal – e incomodando a Globo com Os Dez Mandamentos (2015).
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