O público de Andando nas Nuvens no Canal Viva acompanha os últimos desdobramentos da novela de Euclydes Marinho, encabeçada por Marco Nanini. O término está previsto para a primeira sexta-feira de setembro (6).
Em meio às campanhas de divulgação de Viver a Vida (2009) e Cobras & Lagartos (2006), substitutas de América (2005) e Sinhá Moça (2006), o Viva mantém o silêncio sobre a sucessora de ‘Andando’.
O site Duh Secco lista três opções para a faixa – 13h, com reprise à 1h30 e maratona nas manhãs de domingo. Os títulos foram selecionados com base no histórico do horário.
Perigosas Peruas
A observação de um papo entre a esposa e as amigas desta, sobre família e trabalho, levou Carlos Lombardi à criação de Perigosas Peruas (1992). A trama exibida pela Globo às sete uniu o estilo característico do autor, marcado pela aventura e pelo humor, à discussão do perfil da mulher daquele início de década, dividida entre a rotina doméstica e as atividades externas.
O enredo acompanhava Cidinha (Vera Fischer) e Leda (Silvia Pfeifer), amigas nascidas no mesmo dia que ingressam juntas na faculdade de Jornalismo, onde conhecem Belo (Mário Gomes). As duas engravidam do cafajeste, que opta pelo casamento com Cidinha. Só que a filha dos dois morre no parto e Belo, numa atitude intempestiva, troca a criança com a de Leda.
Sem a herdeira, Leda decide seguir carreira no exterior. Cidinha se dedica ao marido e aos filhos, sempre em “rota de colisão” com a primogênita Tuca (Natália Lage). O reencontro das amigas desperta nelas a vontade de levar a vida da outra. Belo, por sua vez, é encarregado pela máfia italiana de dar cabo das duas, testemunhas de uma ação criminosa.
O trio protagonista fez tanto sucesso quanto a abertura, assinada pelo cartunista Miguel Paiva, e a trilha internacional, com quase 280 mil cópias vendidas – Roxette, Red Hot Chili Peppers, Information Society e Eric Clapton integravam o repertório. Natália Lage, então com 13 anos, e Nair Bello na pele da perua Gema, com direito a figurino incrementado por Hebe Camargo, foram outros destaques.
Cara & Coroa
Crédito recorrente em folhetins das sete dos anos 1990, Antonio Calmon manteve a ambientação praiana, mas abdicou dos lances juvenis das exitosas Top Model (1989) e Vamp (1991) quando desenvolveu a sinopse de Cara & Coroa (1995). Calmon apostou nas semelhanças e nas trocas de identidade de Vivi e Fernanda, defendidas com brilhantismo por Christiane Torloni.
No passado, Fernanda chocou os moradores de Porto do Céu ao abandonar o noivo Rubinho (Luís Melo) no altar para se unir a Miguel (Victor Fasano). Tempos depois, já mãe de Pedro (Thierry Figueira), ela abriu mão do casamento para viver ao lado do cunhado, Mauro (Miguel Falabella). Desolada após ser traída pelo último, Fernanda se envolve em um crime e vai para a cadeia, onde adoece dias após conhecer sua sósia, Vivi.
Decididos a roubar a fortuna da própria família e da de Fernanda, Mauro e sua cúmplice Heloísa (Maitê Proença) enviam Vivi para a cidadezinha litorânea. A falsária, contudo, se afeiçoa a Miguel, Pedro, Rubinho e demais moradores, atrapalhando os planos dos bandidos. As coisas se complicam quando Fernanda se recupera e segue atrás de Vivi, estabelecendo um pacto para salvar as vítimas de Mauro e castigá-lo.
Cara & Coroa enfrentou problemas nos bastidores, como a saída de Maitê Proença após conflitos com o diretor geral Wolf Maya. A morte de Heloísa, porém, serviu de impulso para a audiência. Em 2021, o Viva cogitou a reapresentação da obra às 15h30, na sequência de A Viagem (1994). A burocracia relativa aos direitos implicou na troca por Paraíso Tropical (2007).
Salsa e Merengue
Miguel Falabella conciliou Cara & Coroa com a apresentação do Vídeo Show, a atuação no Sai do Baixo (1996) e os roteiros de sua primeira novela como titular, Salsa e Merengue (1996) – em parceria com Maria Carmem Barbosa. O fio condutor melodramático, relativo à doença de Eugênio (Marcello Antony) e a busca dele pela família biológica, dividiu espaço com uma série de tipos cômicos, característicos da dupla de autores.
É Madalena (Patrícia França) quem descobre que a salvação de Eugênio, seu namorado, está em Valentim (Marcos Palmeira), admirador dela. Os dois são filhos da festeira Anabel Muñoz (Arlete Salles) que, no passado, abandonou o primogênito por não ter condições de criá-lo – o pequeno foi acolhido pelo casal Amarante Paes, Guilherme (Walmor Chagas) e Bárbara (Rosamaria Murtinho).
Os conflitos entre Guilherme e o filho adotivo vão além da descoberta da origem deste último. O empresário troca Bárbara pela oportunista Adriana (Cristiana Oliveira), filha e sobrinha de trambiqueiras, Gilda (Ariclê Perez) e Ruth (Laura Cardoso). Enquanto isso, Madalena enfrenta Teodora (Debora Bloch), ex-mulher de Eugênio decidida a reconquistá-lo, empurrando a rival para os braços de Valentim.
A diversão ficou por conta das loucuras de Teodora, apoiada pela empregada Sexta-Feira (Mara Manzan); da ninfomaníaca Marinelza (Zezé Polessa), sempre atrás de Valentim; e dos outros filhos de Anabel, como Amparo (Thaís de Campos), adepta do “dia do silêncio”, e Antônio (Alexandre Barilari), envolvido com Kelly Bola (Maria Maya). Assim como Perigosas Peruas e Cara & Coroa, Salsa e Merengue nunca foi reprisada ou disponibilizada no Globoplay.
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