Original e remake fazem Renascer bater Terra e Paixão no Google

Novela de Bruno Luperi emplacou o triplo de buscas no Brasil em relação à antecessora

Humberto Carrão e Marcos Palmeira, responsáveis por José Inocêncio nas diferentes fases de Renascer (Fábio Rocha / Globo)

Novela das nove que a Globo exibe desde 22 de janeiro, Renascer está fazendo sucesso na TV e na web. Uma pesquisa do Google Trends para a coluna Play, que Anna Luiza Santiago assina no jornal O Globo, indicou que a trama de Bruno Luperi emplacou o triplo de buscas no Brasil em relação à antecessora Terra e Paixão, considerando os primeiros 20 capítulos.

Maria Santa (Duda Santos) foi a personagem mais consultada, seguida de Belarmino (Antonio Calloni), Mariana (Theresa Fonseca), José Inocêncio (Humberto Carrão / Marcos Palmeira) e Buba (Gabriela Medeiros). Já entre as dúvidas do público, destaque para “quem matou Belarmino?” e para as questões sobre Mariana, envolvida com Inocêncio e João Pedro (Juan Paiva).

O principal interesse, contudo, está na relação entre o original e a releitura. Os usuários estão curiosos quanto ao elenco e aos resumos da primeira versão, exibida pela Globo em 1993. O momento de maior impacto pela busca “remake novela” no Brasil, desde o início das medições do Google, em 2004, se deu entre 21 e 27 de janeiro, semana do lançamento de Renascer.

Mudanças

O público interessado nas duas versões encontrará diferenças entre uma e outra. O pastor Lívio (Breno da Matta), por exemplo, era padre (Jackson Costa) e sofria com um grande dilema: seguir a vida religiosa ou se entregar à paixão e ficar com Joaninha (Tereza Seiblitz). Agora, não há impeditivos quanto à castidade; a moça (Alice Carvalho), contudo, segue casada, o que implica no conflito moral dela e de Lívio.

Personagem que deu o que falar, Buba, interpretada por Maria Luísa Mendonça, era uma pessoa intersexual, na época chamada de hermafrodita. Bruno Luperi fez uma alteração importante. Buba passou a ser uma mulher trans, assim como sua intérprete Gabriela Medeiros. O braço direito de João Pedro (então Marcos Palmeira) era Zinho (Cosme dos Santos). Agora, o caçula de Inocêncio anda para todo lado com Zinha (Samantha Jones).

Por fim, a criação de novos tipos, como Cândida (Maria Fernanda Cândido), que acolhe José Inocêncio em sua chegada à zona cacaueira da Bahia e entrega a fazenda da família a ele. Também Firmino (Enrique Diaz), vilão e pai de Egídio (Vladimir Brichta) – antes chamado Teodoro e defendido por Herson Capri.

“Novela é algo sagrado”

Luperi, no entanto, não pretende se distanciar demais da obra do avô Benedito.

“Mexer num clássico da dramaturgia brasileira, onde novela é algo sagrado, tem um pouco aquela coisa de técnico da seleção. Acho que se as pessoas reclamam, mas continuam assistindo, a novela está sendo bem feita. Autor não é para ser amado. Resumo o meu lugar a uma pessoa que foi designada para adaptar um clássico. Minha proposta não é recriar ‘Pantanal’ ou ‘Renascer’, é adaptar aos dias de hoje. Sou muito fiel ao autor que me precede”, explicou na coletiva online de lançamento da produção.

O responsável pelo remake torce, inclusive, para que os espectadores apreciem as duas obras.

“Espero que as pessoas assistam à primeira versão e se questionem. Eu assisti de novo. Acho ótimo que as pessoas consigam criar este paralelo entre as duas versões. Acho que temos espaço na dramaturgia para debater questões atuais e narrar a história de José Inocêncio. Se quiserem me xingar, me xinguem. Não existe um duelo entre as duas versões”, salientou.

Escrito por Fabio Marckezini

Fabio Marckezini é jornalista e escreve sobre televisão desde 2017. No YouTube, ele resgata a história da televisão por meio de seu canal, o Arquivo Marckezini.

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