A estreia de Renascer está próxima e as comparações entre a primeira versão e a releitura são recorrentes. Porém, apesar do respeito à trama de 1993, os envolvidos na atualização optaram pelo “distanciamento”. A coletiva online promovida pela Globo nesta terça-feira (12) deixou claro que elenco e equipe não pretendem repetir os tipos e as sequências que compõem o original.
“A pedra fundamental desse trabalho é a humildade e o reconhecimento daquilo que precede a gente. Vai ser diferente porque o tempo mudou, mas é a mesma essência. Eu falei brincando numa entrevista que eu tô dos dois lados: o da equipe, mas também o do fã”, afirmou Bruno Luperi, responsável pela adaptação do texto de Benedito Ruy Barbosa.
“É a novela que mais me toca no âmbito pessoal. Eu tinha cinco anos quando ‘Renascer’ foi pro ar. Eu vivi o bastidor com muita intensidade. Via as coisas saindo do papel e ganhando vida. É muita viva na minha memória essa lembrança, eu tenho uma nostalgia muito forte com a novela”, completou.
O renascimento de Jacutinga
As diferenças entre uma versão e outra passam pela época. A primeira fase se desenrola há 30 anos. Ou seja: a ação foi transferida da década de 1960 para os anos 1990, o que implicou em mudanças que vão da abordagem da vassoura-de-bruxa, praga que afetou a produção de cacau, ao perfil de figuras como Jacutinga, a cafetina defendida por Fernanda Montenegro, agora entregue a Juliana Paes.
“O público pode esperar por uma outra mulher, de um outro tempo, numa outra história, com um outro olhar pra vida. A Jacutinga que me foi encomendada pertence muito aos dias de hoje. Ela defende lutas de mulheres dos nossos tempos. A mulher que sabe o poder da consciência sobre o seu corpo, sobre os seus direitos”, adiantou a atriz.
Juliana aproveitou para enaltecer Fernandona:
“A Jacutinga que foi vivida por Fernanda é um acontecimento! O que já foi feito com perfeição não pode ser copiado, não pode ser refeito. Precisa ser reinventado”.
Reverências
Gabriel Sater, o Rachid da primeira fase, também homenageou Luís Carlos Arutin, primeiro intérprete do libanês que detestava ser tratado por “turco”. Em comum entre o original e a releitura, o trabalho de prosódia desenvolvido pela preparadora Íris Gomes da Costa com Arutin e Sater.
“Me preparei da melhor maneira que eu pude, com o maior respeito do mundo, porque Luís Carlos Arutin era um mestre da dramaturgia, dos sotaques, uma lenda! Como a Juliana Paes comentou sobre a Fernanda Montenegro: não tem como tentar alcançar. Então nos resta dar a nossa alma da melhor maneira possível”, ressaltou.
Espiadinha no Globoplay
Humberto Carrão, que divide o protagonista José Inocêncio com Marcos Palmeira, revelou ter acompanhado a primeira fase de Renascer no Globoplay apenas como estímulo:
“Muito mais do que trazer uma cobrança de comparação, de achar que eu tinha de fazer alguma coisa parecida, a importância de ter visto foi a de me deixar louco pra fazer. Eu realmente acho essa primeira fase, assistindo e agora lendo os capítulos, uma das coisas mais lindas que eu já vi”.
Antonio Calloni, encarregado do coronel Belarmino, que foi de José Wilker, enalteceu a possibilidade do público acompanhar as duas versões, a de 1993, disponível no streaming, e a de 2024, com lançamento previsto para 22 de janeiro.
“Eu acho saudável, inclusive, porque são leituras diferentes. A gente não pode negar o que já foi feito, pelo contrário. Olha que maravilha a gente tem nas mãos: poder discutir duas grandes obras”, justificou.
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