O Fantástico do último domingo (17) alertou os espectadores para os inúmeros golpes que rondam a internet e usam a imagem de contratados da Globo. O destaque ficou para a surpresa de William Bonner, que descobriu que sua figura rodou o mundo por meio de uma ação criminosa.
Olha o golpe!
Venda de remédios para calvície, antirrugas, saques de dinheiro em contas do governo e cura do autismo são os “produtos” que os golpistas vendem na internet usando a voz e a imagem de artistas da Globo. Segundo a reportagem, foram identificadas quase 8 mil propagandas nas redes sociais e em sites.
Os golpistas usam a inteligência artificial, que emula as vozes dos apresentadores e modifica vídeos tirados da TV. Quem não presta atenção, acaba acreditando e comprando o “produto” que não existe.
“É um vídeo de uma baixeza”
Marcos Mion mostrou toda a sua indignação ao falar de uma edição que mostra ele “vendendo” uma espécie de chá que “cura” o autismo.
“É um vídeo de uma baixeza… Eu sou uma cara que luta tanto pela conscientização do autismo. Então usar a minha imagem, com a minha voz, minha boca mexendo, para tratar o autismo como doença e, pior ainda, vendendo uma cura milagrosa, que não tem princípio médico…”, lamentou o apresentador.
Remédios “milagrosos”
O médico e apresentador Drauzio Varela também se revoltou ao comentar as montagens com sua imagem para vender remédios de todos os tipos.
“Isso é um crime contra a saúde pública. As plataformas recebem dinheiro pra poder espalhar pela internet, ou ninguém ia ver. Então, elas são sócias desses estelionatários. Como é que essas pessoas têm o direito de enganar a população vendendo pretensos remédios que não servem pra nada? Que a gente não sabe o que têm dentro? As pessoas vão comprar e tomar! E é golpe! E elas caem no golpe com a ajuda das plataformas”, protestou.
Viajando o mundo
William Bonner também é vítima dos vídeos falsos para a venda de produtos contra a calvície. A preocupação do apresentador do JN vai além disso.
“Se usam a inteligência artificial para simular a venda de um produto qualquer, também podem usar para a venda de um político qualquer”, desabafou.
O jornalista ficou surpreendido ao ver vídeos seus que foram usados fora do Brasil, para espalhar fake news e vender outros tipos de produtos. Geralmente, é um trecho dele apresentando o Jornal Nacional ao lado do telão. E, na montagem, é colocada uma outra imagem, além da adulteração do áudio, confundindo as pessoas.
Conversa na justiça
Os apresentadores buscaram conversar com as redes sociais para que os vídeos fossem retirados do ar, mas o caminho mesmo, ao que tudo indica, é o processo.
“Eu fiquei uma, duas, três, quatro, cinco, seis semanas avisando: ‘Gente, vocês não vão fazer nada?’. E ninguém… ‘Não, regulação, não sei o quê, Estados Unidos’. Falei: ‘Tá bom, então vamos à Justiça’”, disparou Luciano Huck.
Segundo a Meta, dona do Instagram e do Facebook, não são permitidos anúncios fraudulentos. A empresa afirmou que há revisão de todo o conteúdo por meio de uma equipe e da inteligência artificial. Já o X (antigo Twitter) não se pronunciou.
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