Neste Carnaval, Deborah Secco se fantasiou de Tiazinha, personagem que virou um símbolo sexual no final dos anos 1990.
A atriz, que vive Lara em Elas por Elas, afirmou em suas redes sociais que Tiazinha “é referência de sensualidade”.
A nova geração, contudo, não conhece o tipo que causou um verdadeiro alvoroço no horário nobre e que, hoje em dia, não cabe na televisão.
Chicote e depilação na TV
Muito antes de comandar os domingos da Globo, Luciano Huck apresentava o H na Band. Ele tinha a missão de conduzir uma atração voltada aos jovens em pleno horário nobre. O cenário lembrava o do Programa Livre, comandado por Serginho Groisman no SBT, mas o formato era bem diferente – e muito mais popular.
Para atrair o púbico masculino, o apresentador convocou a atriz e modelo Suzana Alves, encarregada de viver uma personagem mascarada, que usava uma lingerie preta e um chicote. A Tiazinha escolhia adolescentes que respondiam várias perguntas. Se a resposta estivesse errada, ela batia neles com o chicote ou depilava os pobres coitados.
O público assistia uma personagem sadomasoquista rebolando e enlouquecendo jovens ainda com espinhas na faixa mais importante da TV. Não deu outra: a audiência explodiu e Suzana virou símbolo sexual.
Musa mascarada
O sucesso foi tanto que Tiazinha virou uma marca e vários produtos foram lançados, atingindo até mesmo as crianças. Foi na Playboy que Suzana Alves tirou a máscara e todos conheceram o seu rosto. Ela lançou um CD – Tiazinha Faz a Festa – e a canção Uh! Tiazinha, de Vinny, virou um hit. Deborah, aliás, regravou a música ao lado do cantor.
Suzana saiu do H e ganhou um seriado futurista. As Aventuras de Tiazinha (1999) deixou de lado a sensualidade e apostou na faceta de heroína da personagem. A produção ficou pouco tempo no ar; assim, a atriz deu adeus ao tipo que a consagrou.
Hoje, aos 45 anos, Suzana Alves é casada com o ex-tenista Flávio Saretta. Os dois são pais de Benjamin. Ela seguiu com a carreira de atriz, atuando em novelas e peças de teatro. Empresária e evangélica, Suzana trata Tiazinha como algo de um passado remoto.
“Tudo o que tenho é graças a Deus e a Tiazinha. Sou grata, mas precisei negar (a personagem) para ser eu mesma. Eu queria ser a Suzana. Vivi um período de luto. Tive que enterrar a personagem para eu poder nascer. Queimei até algumas roupas. Foi um ritual mesmo. Vários rituais aconteceram. Pintei o cabelo de ruivo e queria que me chamassem pelo meu nome, Suzana. Não queria que me chamassem de Tiazinha. Ninguém mais sabia meu nome, nem minha família”, revelou em entrevista a Léo Dias, em julho de 2023.
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